São Silvestre 2016 - Suor, asfalto, dor e alegria!


Oiiii!!!!Tudo bem?

Para começarmos  esse post exibo a foto do kit da São Silvestre. Esse kit representa a minha última corrida em 2016, num ano que fica marcado em minha história pessoal com 1200km corridos entre provas e treinos, amizades novas, início de minha assessoria esportiva, quebra de marcas pessoais, corrida em trilhas, corridas com obstáculos e tantas coisas boas, experiências diferentes..

Jamais poderia deixar de postar falando sobre essa corrida. Mais do que especial, foi uma prova que me desafiou muito. Desde o começo de Novembro já vinha sentindo sinais de exaustão em função de uma rotina que mesclava trabalhos em três turnos, treinamentos e o corpo com inúmeras dores. Pensei que isso não aconteceria comigo e aconteceu. Ainda hoje, sentado escrevendo esse post, sinto dores no corpo todo. Mas cada pedaço de desconforto, de dor valeu a pena, tenho absoluta convicção que sem esforço, sem dor, não sairemos nunca da inércia de uma vida sem graça, sem cor.

Naquela manhã do dia 29 de Dezembro de 2016 acordei mais uma vez logo cedo, estruturando meu pensamento em detalhes, coisas que deveria fazer. Mas intimamente pensando em cada curva, no sol escaldante, na subida da Brigadeiro. Mais eu tinha motivos para comemorar ir para minha 3ª São Silvestre seguida. Era a oportunidade de fechar o ano com chave de aço! Sim, aço.. pois eu estava indo com todo resto de energia que eu tinha ainda. Para minha alegria, meu amigo de infância esteve comigo nessa viagem, indo correr a SS pela primeira vez. Foi uma alegria imensa, pois além de amigo, treina comigo e aceitou a empreitada sem o mínimo de objeção. O Alan pode partilhar desse sentimento que é correr essa corrida.

Quando enfim anoiteceu,  partimos em direção a São Paulo, numa viagem de 15 horas. O que mais gostei foi a oportunidade de poder viajar olhando a estrada, ver o dia dormir... ver o dia nascer.. momentos em que podemos estar somente conosco, vislumbrando a paisagem.. Mas confesso, não dormi nada. Embora tenha ido num ônibus tipo leito, passei a noite em claro, tumultuado em mil pensamentos, cochilava de 5 em 5 minutos...

Cheguei em São Paulo no dia 30 quase me sentindo um zumbi, mas parece que a gente tem energia de sobra. Você chega no lugar que quer e parece que você dormiu feito anjo a noite toda. O Alan, no fundo do ônibus dormia com a mesma intensidade de um bicho preguiça recostado na sombra de um coqueiral. O cara dormiu dormiu...E eu ali, acordado...

Nessa manhã fomos direto ao Ginásio do Ibirapuera buscar o kit. Como sempre, o astral ali é ótimo, tanta energia bacana, figuras folclóricas do mundo da corrida de rua presentes, movimentação na expo.. Dá uma olhadinha aí...

 
Por essa foto, dá pra ver que o cara dormiu a noite toda, kkkkk


Realizado por estar ali pela terceira vez, com kit em mão, me dirijo ao hotel afim de me organizar um pouco e ainda pegar um pouco de energia emprestado de não sei onde para uma voltinha básica em São Paulo. Vejam os locais onde passamos!

 
 
 


O famoso "mercadão" possui uma oferta generosa de alimentos, alguns pontos famosos da gastronomia local, apesar que eu almocei em um restaurante árabe próximo dali. Numa muvuca danada, cgente comprando coisas para a ceia... turistas em fila para comer o famoso sanduíche de mortadela, ou o bolinho de bacalhau... Mas uma coisa que motivará um post depois, foi a percepção do Brasil de constrastes, tão grosseiramente exposto em São Paulo. Mas conversa para depois, se não, post enorme aqui, kkk..

Fui para o Hotel no meio da tarde para descansar, eu já começava a desenhar a prova, mostrei para o Alan a famosa Brigadeiro, visto que estávamos hospedados a um quarteirão de distância e fui logo vendo o olhar preocupado dele, rs... Mas eu sabia que ele tirava de letra. Embora íngreme, essa subida é suportável. Mas há uma série de fatores que temos de considerar, como falarei mais adiante.

Na noite amena de São Paulo, ainda fui jantar rapidamente no Shopping Paulista e preocupado em dormir cedo, pois eu estava bem cansado da noite em claro e meu corpo pedindo arrego. Deitei cedo, num sono que veio rápido..

Ainda na iminência do sol nascer, acordo e faço todo o script.  Mas logo cedo, pensei comigo, vou levantar feito cinderela, para não sentir as famosas dorzinhas que senti antes da Meia de BSB e Caldas Novas. Maravilha... pisando em pluma, não sinto nada, mas a disposição não estava lá essas coisas. Mas com a força do pensamento eu foquei em uma coisa só: Terminar essa saga que foi 2016. Fechar esse ano, com 15km na conta! Tomo meu café, bato minha selfie tradicional, numa breguice de bater foto em quarto de hotel em frente ao espelho e me dirijo a Avenida Paulista...

Mas tinha gente, rs...Peguei vários momentos, desde o ponto onde comecei a caminhar e até onde eu fui correr. Larguei logo atrás do pelotão de elite, como vocês poderão ver. Ainda filmei os atletas de ponta... Achei o máximo aquilo...

Olha só a minha corrida!! E depois, meu histórico da corrida...

 
 
 
 


Sempre nas corridas, eu tenho um mix de sentimentos, experiências diferentes... Essa corrida não é para quebra de recordes pessoais, ela tem um percurso muito desafiador e complicado. O horário, as 9h da manhã não ajuda em nada. Comecei a corrida em um ritmo rápido, sempre com medo daquela multidão de gente. É preciso muito cuidado ali. Mas foi transcorrendo tranquilamente. Durante os cinco primeiros km, mantive meu ritmo tradicional de prova, alguma coisa em torno de 5min20s de Pace. De repente, já no fim da Av. Pacaembu, com o sol a pino começo a sentir minhas dores com toda força. Pela primeira vez no ano, começo a sentir o medo de não terminar uma prova. A intensidade da dor aumentava, o cansaço vinha com força brutal. Mantive a minha calma e me concentrei nos meus passos, peguei as águas do caminho, refresquei meu corpo. Durante a maior parte dos primeiros 7km, a prova é boa, mas com muito sol.  Ali próximo do Arouche, eu começo a sentir melhor, com as sombras, mas eu estava em um estado de dor. Reduzi meu ritmo de forma brusca, correndo de forma tranquila. Naquele momento, concentrei apenas em terminar a prova. Eis que para minha agonia, um cara fantasiado de Chapolin Colorado passa do meu lado. Aquilo me deu um negócio. O cara é louco. Vestido com macacão cobrindo o corpo todo, carregando um martelo ainda por cima. Segui com tranquilidade.. mas exausto, e começo a pensar na Brigadeiro, bolando estratégias para não queimar ali na subida. Esse ano não teve isotônicos no caminho, para minha estranheza, mas então retiro um gel do bolso e tomo com um pouco de água e minutos depois me sinto melhor. Embora soube depois que muita gente não conseguiu água, eu não posso reclamar disso. A organização precisa se atentar a isso. Mas principalmente os famosos "pipocas", que muito contribuem negativamente para essa prova, ao usar toda a estrutura e tomar toda a água disponível. Chegando na Brigadeiro, meu pensamento explode em expectativas, fazendo um release de 2016, pensando em tudo. Naquele momento, no auge do meu cansaço físico, corpo queimando pelo sol, resolvo intercalar corrida/caminhada. Não podia arriscar nada. Queria apenas acabar essa prova e provar para mim mesmo que tudo que propus em 2016 eu fiz.

Fecho essa corrida agradecendo por tudo e todos. Com a sensação que fiz tudo que propus. Fecho esse ano com a alegria de mais uma medalha no peito. Momentos depois, já sozinho no Hotel, sentei por um bom momento na cama e desabei de cansaço, emocionado por tudo que fiz nesse ano. Valeu a pena cada momento, cada conquista. Nesse ano especial, carrego no Coração toda paz, Venerando a mim mesmo por tudo. Sempre feliz!! Muito Obrigado a todos que acompanham esse blog. Um beijo no coração de todos! Agora, vou descansar merecidamente por 10 dias, para recuperar minhas forças e começar bem o ano de 2017.


 

Ricardo Carneiro

Fogo na canela!!!!!!!! Simbora!!!



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