Asics Golden Run BSB - 21k de alegria pura!!



Goiânia - Brasília, Sábado 12 de Novembro de 2016.

Acordei nessa manhã com a sensação do corpo entregue à ansiedade, ao medo, a todo planejamento de todo treino que fiz visando a corrida do dia seguinte. Pensando se treinei certo, se fiz todo o cronograma (montei meu plano todinho, sozinho, com plena convicção do que fiz). Comecei a lembrar dos famosos "longãos" intermináveis, dos treinos de velocidade, tiro, da sensação de me sentir destruído no fim de alguns treinos.

Estava uma manhã nublada numa ótima previsão de como seria o fim de semana. Levantei da cama com os pensamentos em turbilhão, imaginando cada detalhe, tomado pela expectativa. Arrumei minhas coisas e segui para Brasília. No carro me permiti ouvir todo tipo de música, que não me lembro de nenhuma, rs... Minha cabeça estava em Brasília, no percurso, no pace, no tempo final. A única coisa que lembrei foi de parar no Jerivá para comprar aquelas balas de coco, que são as melhores. Comi um pacotinho fechado daquilo, com o peso de consciência depois falando comigo: "porra cara... que tanto de açúcar é esse meu filho?". ( Mas comprei três pacotinhos e prometi que só comeria os outros na viagem de volta, rsrsrsrs)

Chegando em Brasília, agradecendo a São Cristóvão pela chegada tranquila, fazendo minhas orações e me dirigindo ao Brasil 21, local da retirada dos Kits. Ali meu sonho começava a tomar forma. Sempre falo muito de sonhos e sempre falarei. Cada dia um novo sonho! Brasília é uma cidade que adoro! Todas vezes que visito Brasília sempre tiro foto da sacada do Hotel fascinado pelas luzes e pela cidade. Quando cheguei no Brasil 21, fiquei encantado com tudo. Desde a recepção calorosa, a placa dos 21k, o local todo respirava corrida. Quando entrei no subsolo, encontrei o paraíso dos corredores, com várias lojas, serviços e uma organização impecável. A Iguana sabe agradar a todos.

Logo na Entrada do Brasil 21, havia esse letreiro enorme! Não podia deixar de tirar fotos daqui!


Assim que adentrávamos o local, essa bonita placa mostrando o percurso. Lugar preferido dos viciados, detalhando cada trecho do percurso.


Logo depois, no subsolo, entrando e ficando maravilhado com a Expo, cuidadosamente planejada.


Explicação e dicas do percurso, coisa que achei muito legal!!



Uma pequena idéia de como era o local


Mimos para os corredores, com aquela turma se esbaldando e relaxando as pernas

Fui então para o Hotel, disposto a descansar se realmente eu conseguisse dormir. Sempre fui ansioso! Fiz todo o script, comi um Macarrão bão demais no Spoleto, no Shopping Conjunto Nacional. A noite, os medos e anseios. Medo de não acordar (tenho deficiência auditiva e acordar dependendo de despertador é uma tormenta). Na paranóia coloquei três despertadores para funcionar e para minha sorte, adquiri um relógio recentemente que descobri que vibra como forma de alarme. Fechando esse dia, uma visão noturna da cidade :)



Brasília, 13 de Novembro de 2016

Na madrugada fria desse dia para minha tranquilidade despertei tranquilamente as 05 da manhã sem tirar meu tradicional cochilo extra de 5 minutos, com medo de perder a hora. Hoje é o dia! Com um misto de ansiedade, nervosismo e um tanto de vontade de ir logo para a Praça do Buriti onde seria a largada, levanto da cama e na hora sinto minha perna esquerda. Pensei "Gente, hoje não, tem que doer nada!". Mesmo com um pequeno incômodo, tentei me desfazer de qualquer pensamento negativo. Tratei de alongar um pouco, procurar relaxar.

Me preparo, levando comigo somente meu celular e um gel para tomar durante a prova. No momento do Café, por erro da administração do Hotel, eis que me dizem que somente quem estava em determinada "lista" poderia tomar o café as 05h. Que o público comum, somente as 06h. Não daria tempo. Ainda tinha de ir para o local e haver um tempo mínimo para digestão. Muito chateado, subi até o apartamento para ver se podia comer alguma coisa. Não tinha nada que fosse de fato saudável. Resignado, desci novamente e pensei comigo "vamos de estômago vazio, negócio é correr". Mas é nessas horas que a gente percebe a solidariedade e companheirismo de estranhos. No momento em que argumentava com o atendente do Hotel, veio um homem de dentro do ambiente do café, para argumentar que deveria haver bom senso e favorecer os muitos atletas hospedados ali que não estavam na tal "lista". Após mais algumas tentativas, liberaram o Café para todos os outros do Hotel. Que alívio, pude então comer meu pão, frutas, sucos e as 5h45 estava de prontidão para ir a concentração de atletas para a largada.

É mágico ver tanta gente numa manhã de Domingo, com o dia escuro ainda, se aquecendo, trocando conversas efusivas, se divertindo, tirando inúmeros selfies e eu ali sozinho no meio de tanta gente me sentindo em casa. Embora eu estivesse sozinho, percebia a familiaridade no rosto de tantos estranhos ali presentes. Um ou outro atleta reconhecia pelas corridas de Goiânia, mas que não conhecia a ponto de ir dialogar. Sempre fui mais retraído, discreto. Fiquei na minha e fui aquecer, para sentir se essa dorzinha cedo aparecia. Embora ainda sentisse, mudei o foco do meu pensamento. Me centrei apenas em chegar, com o tempo sub 2h. Meu objetivo era claro. Mantive o pensamento firme.

 Tentando fazer essa tal de selfie no espelho, assim que fiquei pronto, dentro do quarto do Hotel.


Primeira foto do local, fiquei contemplado com isso. Tanta gente, tantas cores diferentes de inúmeras assessorias ali presentes e um tanto de gente de outras cidades..

 Momento da chegada na Praça do Buriti, escuro ainda, com tanta gente chegando, carros, ônibus...

Selfie para comprovar minha estada no local, rsrsrs

Vejam o Start ali no meio da foto. 

Larguei nesse ponto atrás da fita verde, com o pessoal do ACD.

6h45 da Manhã

Coração explodiu! Largada dada entrando próximo do meu ritmo de prova. Fiz um aquecimento caprichado e estava trabalhando com a ideia de fazer por volta de 6min/km os primeiros 5k. Logo no primeiro km, isso foi por terra. Adrenalina alta demais, sem nenhuma dor nas pernas, tempo extremamente favorável, com um frio gostoso e uma garoa bem fininha, fui logo entrando na casa dos 5min/km

A vantagem de largar com o pelotão do ACD foi que pudemos seguir tranquilos, com nenhum tráfego a frente, tendo então espaço para desenvolver ritmo e poder contemplar a corrida. Essa Meia Maratona se caracteriza por percurso reto, plano o que foi um pouco cansativo para mim. Na altura dos 5km, entorpecido pelo prazer, resolvo olhar o relógio e me dou conta que estou um pouco rápido. Retrai um pouco e nesse momento, o pessoal da elite feminina e masculina estava passando por nós. Na curva do km 8, para voltarmos para a Avenida, começo a desenhar uma estratégia de prova. Estava muito bem, sem dores, FC estabilizada, com a garoa fina começando a querer brincar de cachoeira. Pouco depois, hum... senti uma fisgada no lado direito, debaixo da costela. Mantive o pensamento firme e me acalmei. Concentrei na respiração, reduzi um pouco a velocidade e 3, 4 minutos depois estava bem novamente. Uma coisa que aprendi nas corridas foi ter paciência e observar os sinais que o corpo manda. Essa dor, vulgarmente conhecida como dor de "viado", incomoda muita gente e já fez gente desistir. Eu apenas mantive a calma, pois existem formas de driblar ela.

Essa corrida se caracterizou por ser um percurso reto, sem muitas variações, causando certa agonia, uma vez que estamos acostumados com corridas num desce, sobre, vira aqui, vira ali. Portanto é o cenário perfeito para desenvolver velocidade. O que pede prudência é justamente isso. Tanto reto em direção única, trecho plano, podemos exagerar ou perder noção do ritmo.

Na altura do km 10, tomei meu primeiro sachê de gel e a chuva começou. Nessa hora, a chuva ganhava corpo, começando a incomodar. Assim que fizemos a curva no km 14 e voltamos para o eixo monumental a chuva se assumiu completamente. Nesse momento, chuva grossa, meu corpo encharcado, tênis completamente molhado. Me deu um certo pânico. Meu gás estava ótimo, corrida fantástica. Mas tênis molhado, pisada dura... Começo a reparar em cenas lamentáveis. Tive a percepção naquele momento de gente simplesmente cortando caminho, encurtando a distância. Bom, vou me preocupar comigo. Pois vou fazer os 21, tenho total confiança e preparo para isso. Aos que cortam caminho, que sintam vergonha. Ou você cumpre o que se dispôs ao fazer a inscrição, ou você não faz. Achei aquilo uma falta de respeito sem tamanho.

Bom, voltando para mim, no momento do km 18, já extasiado, fazendo as contas e convicto que a meta sub 2h estava totalmente dentro do planejado, tinha acabado de passar pelos Ministérios e uma dor latejante começa a tomar forma. Chuva muito grossa, meu corpo me dando sinais que uma cãibra estava perto. Correr com chuva e tênis encharcado não é lá missão das mais fáceis. Olhei o relógio e pensei comigo: " Vou terminar essa corrida, com perna destruída ou não". Com a calma que me era necessária, percebi que tinha tranquilidade suficiente para diminuir a velocidade, controlando um pouco as dores.

Nisso, estava em puro estado de êxtase, contemplando o verde do Bosque dos Constituintes, ouvindo os gritos de incentivo e um sorriso estampado em muita gente. Afinal, estávamos chegando... Quando olho meu relógio 1h56 min de prova e 21km completados, meu coração de encheu de paz. Me permiti emocionar, feliz com aquilo tudo e definitivamente tirei o pé nos últimos 200 metros e erguendo as mãos para o céu, num simples agradecimento dizendo a Deus, Muito Obrigado!!

Muitos pensamentos me povoaram nessa hora. Apenas chorei em silêncio, profundamente orgulhoso de mim mesmo e contemplando a multidão chegando, cada um com sua alegria pessoal de completar os 21km.

Percurso do Desafio




Logo após passar pela chegada, pegando meu celular tirando tudo quanto é foto



Tentando dar uma de cinegrafista, Parte 1!


Encontrei a Simone, amiga pessoal da minha mãe e corredora de pé cheio!


Dentro do Ônibus, tirando a selfie com a medalha e disparando a mandar para todo mundo!!

Tentando dar uma de cinegrafista, Parte 2!

A volta para casa foi no melhor estilo. Tudo dói, mas dirigi com a leveza da alma tranquila contemplando a estrada e planejando a de 2017 :) Ah, e comi meus doces de coco tudinho!!!

E por fim, colocando os dados do meu Garmin :)



Muito Obrigado aos que acompanham meu blog. Obrigado aos meus alunos da Assessoria por acreditarem no meu trabalho e me dar confiança para continuar melhorando mais a cada dia. Um grande abraço a todos! A gente se vê por aí!!

Professor Ricardo Carneiro Rocha
WhatsApp: 62 99603 1088
ricardo.aesp@gmail.com













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